No caminho para casa pós-almoço "encurralado", o caminhante, de olhos baixos, vendo as sapatilhas, uma após outra, a pisarem o pó da estrada e a levarem-no de volta a casa, perguntava-se:
Caminhante, caminhante, quem és tu?
Em vez de se responder o "ninguém" carregado de tragédia do romeiro garrettiano, o caminhante sorriu triste à lembrança e disse-se:
«Sou um des(en)graçado filho único que sempre lamentou sê-lo, que
se sente órfão dos irmãos que foi ficcionando pela humanidade inteira, com tantos que o
foram abandonando, por morte prematura (todas o são), por outras razões (quase todas não-razões) ou por terem "falecido" antes de morrerem; sou um velho casmurro que continua, desespera(nça)do, na sua cisma, na procura da construção, com todos com que se cruza, a fraternidade futura.»
2 comentários:
Grande dialogo!
Como filho único tens uma grande família! preocupam-se contigo, querem saber de ti, riem quando estás alegre, choram quando te inquietas, seguem as tuas palavras, grande família, os teus Amigos/irmãos.
Mil Bjs,
GR
Continua lá a caminhada, que vais pelo caminho certo!
Enviar um comentário