Gosto da palavra!
E gosto das minhas vizinhas. Destas, que estão agora ali em cima, do lado de fora do meu escritório, sentadas no murito à beira da estrada. A casquinar. Bem as ouço…
São três ou quatro velhotas, pouco mais velhas que eu, nem com mais uma meia dúzia de anos… e delas bem me lembro “moçoilas de encher o olho” vai para meio século.
De lá de baixo, de S. Sebastião, vêm “ao terço” (acho que é isso…), à capela do Zambujal, e cansadas da subida à vinda e a meio da descida de volta, aqui se sentam a recobrar forças no regresso a casa, num caminho que se vai fazendo longo, até porque ninguém as espera. Vivem sós, viúvas que ficaram dos homens que abalaram, uns para sempre, para o cemitério, outros que não voltaram.
E falam, falam, falam, riem com adivinhada malícia. De quê, sobre quê?
Como eu gostaria de saber, mas o respeito (ou o pudor?!) impede-me de subir uns degrauzitos e de, deste lado da porta e das paredes, ficar à escuta.
Como eu gostaria de saber… para descobrir o mistério das conversas de quem não lê livros nem jornais, sabe lá quem é o 1º ministro, não faz contas sobre como encher o depósito do carro, se alimenta com umas couves que tira do quintalito, tem um pacto com o senhor prior para facilitar o acesso à vida eterna. Mas que, a bem ver – e a melhor escutar – talvez tivessem muito da vida, mas não da sr. prior e sim desta tão terrena, para me ensinar.
… de que falarão elas, tão animadas e convictas?
E gosto das minhas vizinhas. Destas, que estão agora ali em cima, do lado de fora do meu escritório, sentadas no murito à beira da estrada. A casquinar. Bem as ouço…
São três ou quatro velhotas, pouco mais velhas que eu, nem com mais uma meia dúzia de anos… e delas bem me lembro “moçoilas de encher o olho” vai para meio século.

De lá de baixo, de S. Sebastião, vêm “ao terço” (acho que é isso…), à capela do Zambujal, e cansadas da subida à vinda e a meio da descida de volta, aqui se sentam a recobrar forças no regresso a casa, num caminho que se vai fazendo longo, até porque ninguém as espera. Vivem sós, viúvas que ficaram dos homens que abalaram, uns para sempre, para o cemitério, outros que não voltaram.
E falam, falam, falam, riem com adivinhada malícia. De quê, sobre quê?
Como eu gostaria de saber, mas o respeito (ou o pudor?!) impede-me de subir uns degrauzitos e de, deste lado da porta e das paredes, ficar à escuta.
Como eu gostaria de saber… para descobrir o mistério das conversas de quem não lê livros nem jornais, sabe lá quem é o 1º ministro, não faz contas sobre como encher o depósito do carro, se alimenta com umas couves que tira do quintalito, tem um pacto com o senhor prior para facilitar o acesso à vida eterna. Mas que, a bem ver – e a melhor escutar – talvez tivessem muito da vida, mas não da sr. prior e sim desta tão terrena, para me ensinar.
… de que falarão elas, tão animadas e convictas?










Neste Maio, em que a casa parece ter recuperado um novo fôlego, logo depois da Teresa e do Martinho, estiveram cá connosco, a Iva e o Manel. Que são do “cimento” desses tempos de glória.
Os mais recentes. Mas, logo à partida, dos grandes (até por dupla qualidade!), sendo ele o que me melhor me conhece por dentro... pois duas vezes me abriu e meteu as mãos pelas minhas entranha para operar as reparações necessárias.

(tão belas, cada uma - e as clientes - à sua maneira), também do apaixonado polícia com quem me apetecia ir beber uma imperial!




