Tenho a idade do meu gato,
provisoriamente.
Ele breve me passará,
se é que não o fez já…
E estamos os dois trôpegos,
pedindo atenção e carinhos.
Ele,
já não defende, felinamente, o seu
espaço,
deixa os pássaros invadirem o
pátio.
os ratos viverem em paz,
já não sobe às árvores onde afia as
unhas…
Eu,
escrevo,
escrevo, trémulo e errando teclas, queixas e
lamentos
leio,
leio. pisco e lacrimoso, letras míúdas e
baralhando-se,
mastigo papas e sopas passadas
digo-me lúcido
e continuo em luta,
na luta de sempre,
até quando,
ísto é, sempre!