faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

não é ficção e muito menos do cordel...

O José João, da ID, suicidou-se. 
Como em qualquer outra circunstância, a notícia foi brutal.  Nada me ligava, com intimidade ou afecto particular, a este companheiro de luta, encontro de muitas ocasiões, sempre agradável, sempre simpático e afável. 
Como o foi o de sábado. contra as manobras da NATO. Mas este, de há três dias, tornou mais brutal - e particularmente brutal - a notícia brutal do suicídio  de um companheiro, encontro de tantas lutas.
Muito conversámos durante as quase duas horas em que estivemos juntos e nos cruzámos com tanta gente. Descemos o Chiado, subimos o Chiado. Em conversa sempre viva e muitas vezes interrompida por outras conversas de passagem e abraços. Assistimos, juntos e trocando impressões, ao comício no Largo Camões. 
Revejo o que dissemos, reconstituo quase palavra a palavra. Tenho, na minha frente, o endereço que o José João escreveu num pedaço de papel, e para onde ia enviar o "coisas da arca do velho", quando chegou a notícia.
Tudo parece absurdo, sem sentido.
E revolve-se, cá bem dentro de mim, a busca inútil de uma palavra dita ou não dita por mim, de um gesto ou de um comentário meus, e que, naquele último sábado, pudessem ter contribuído, na imensidade de palavras, de gestos, de  comentários que, ao longo de uma vida, terão levado um homem a desistir de viver.

sábado, 24 de outubro de 2015

coisas de que tenho andado arredio

na "TRINDADE"

Aqui!
Quantos anos depois?
Depois de
... há tantos anos...
ter sido um meu "refeitório"!
Aqui regressado
a caminho de ir dizer NÃO à NATO
com a mesma convicção de sempre,
sempre acrescida
... e a crescer. Sempre!

Só!
O único só numa mesa,
a comer os percebes, 
o bife do costume e duas "mixtas"
Só... eu!
Em casa cheia,
com tantoutros à volta
e quantos sózinhos em mesas de vários?

domingo, 4 de outubro de 2015

4 de 0utubro

Eu - ... Olá!, vivam!... vieram votar?... já votaram?
Eles  - ... já...
A resposta, os olhos a fugirem dos olhos qual amarras, tornavam dispensável a continuidade da pergunta (meio a sorrir)
Eu - ... e votaram bem?
Eles - ... sim... 

- um sim apagado, tímido, com olhos a fugirem dos olhos, e a (ténue mas certa) consciência de que fora não porque fora contra eles próprios.

mudámos, rápido, de "cumbersa".

sábado, 3 de outubro de 2015

Coisas da arca




















Adriana,
no Chico Santo Amaro

Resposta sábia... e a universalizar

MJ - ... então... aprendeste alguma coisa?
SN - ... quando se sabe pouco aprende-se sempre muito!

resposta "à Einstein",
que sempre achou que sabia pouco!