faz de conta que o que é, é!... avança o peão de rei.

...
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.

José Gomes Ferreira

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O cisne perdeu o pio?!

Olho-me. Olho para mim e não vejo o velho que sou, o velho que os outros vêem em mim. Tenho de ir ao oftalmologista. Está visto!

sábado, 25 de setembro de 2010

Da mesa do canto do Canto da Vila - 4

SOM E SENTIDO
Ouço o som das palavras
e saboreio-o;
mas quero que as palavras
tenham sentido

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Da mesa do canto do Canto da Vila - 3

Não me chegam as horas dos dias
................ nem os dias das semanas
................ nem as semanas dos meses
................ nem os meses dos anos
................ nem os anos das décadas
................ nem as décadas da vida!
Só vivendo as vidas de outras vidas
................ dos de antes
................ dos que virão!

Uma espécie de jogo

A cidade foi a mesma,
os locais próximos,
companhia... a de sempre,
o tempo magnífico,
o resto também,
a comida igualmente boa.
Onde está a diferença entre o almoço e os preparativos do jantar?


(vá lá...
elogiem a qualidade histriónica do "actor"...
O teatro é o meu futuro!
Desde que...)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Daqui desta janela do 1509

O Cairo não cabe, não cairo mais!
Duas vezes Portugal!
E o Nilo ali em baixo.
E tantos séculos!
Não cai(r)o em mim...
Deve ser da viagem.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Vou pelas cidades

Não tenho idade,
sou de todas as idades.
Tenho é saudade
do tempo em que não tinha saudades.
.
sobram-me as memórias,
abundo em História(s)
.
Voo para as cidades

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Está cinzento o tempo no Zambujal

Desta vez
(como de todas as vezes!)
despeço-me de tudo
(das coisas, do gato, das memórias)
como se fosse a última vez
... porque pode ser a última vez.
.
Está cinzento o tempo no Zambujal!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Revendo (de passagem) e melhorando (?)

Cada tempo tem a sua moeda,
e cada moeda tem outra face,
isto é: cara ou cunha.

Cada poema tem os seus versos,
e cada verso tem suas palavras,
isto é: sílaba a sílaba.

É assim que as moedas são,
e é assim a humana condição,
isto é: punho ou pulha!

domingo, 12 de setembro de 2010

Está quase...

... Um dia destes, talvez quando chegarem os oitenta anos - mais dia, menos dia - imito o Zé Gomes, o Poeta Militante.
Subo a calçada (não a do Gedeão mas outra), bato a uma porta que eu cá sei, entro sem cerimónia, e digo alto e bom som:
.
Sou militante, quero ser poeta!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Relógio tresloucado

Se há dias, como os do fim-de-semana, em que as 24 horas nos rejuvenescem, há horas em que envelhecemos muito mais que os 60 minutos.
Já muita gente - imensa - escreveu isto das mais variadas maneiras. Hoje, saiu-me esta.

Lugares e gentes - pinça mentes

Alguns bairros de Lisboa - de que gosto muito, diga-se sem ser de passagem - estão a tornar-se "pátios" de velhos etilizados e jovens drogados. Com ilhotas de habitações recuperadas e condominadas. Possuídas por "gente bem" (e de bom gosto - seu ou alheio -, e muito dinheiro), atraída pelo sainete do que tem passado e história.
Há que pensar muito seriamente nisto.

Pronto! (é um desabafo, pronto!)

... estou triste, pronto. Estou triste!
Como quando vejo "borboletas esmagadas entre folhas de livros" ou "flores amarradas em jarras, a fenecer em cima de um aparador".... diria um poeta que não sou.
Como um campónio que não sabe explicar-se, ou que ainda não percebeu nada da vida como ela é (ou como os outros são, na vida que são).
E já é tarde! Até porque, como campónio que sou, sou teimoso como um burro... e acho que quando tenho coisas para dizer as digo... mesmo quando não as queria dizer mas sou levado - não por minha iniciativa! - a que as diga, esquecendo preconceitos e pisando questões e prioridades pessoais (e, por vezes, exclusivistas, cegas... digo eu... e não o deveria dizer!?).
Já não tem cura. Mas que fico triste, fico. Cá comigo. E bem bastava o que basta...
Pronto!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Da mesa do canto do Canto da Vila - 2

Almoçámos os dois. Na mesa do canto. Do Canto da Vila.
Conversámos. Também sobre o pouco que os (outros) casais conversam e o (mais) que devíamos conversar. Os temas não teriam sido os agradáveis, os que desejaríamos..., mas conversámos.
Cumprimentámos e (ou)vimos. Nas mesas e das gentes em redor.
Novidades, mexericos sobre o que nos cerca, sobre os do "poder"? Quero que ele se vá... lixar!

Da mesa do canto do Canto da Vila - 1

É um restaurante em que me sinto - e sento - bem, apesar de algumas vizinhanças...
Com um nome porreiro: Canto da Vila!
Sinto-me, sento-me... e come-se bem.
E ouve-se muita coisa. Embora mal, porque as condições acústicas não são conformes com a qualidade da cozinha e a bondade do ambiente (apesar de...).
Por duas vezes, ouvi os putos (giros!) de uma mesa um pouco afastada::

- Mas ó avó!... nós não fizemos nada!

Com um ar muito convin(o)cente, mas estava-se mesmo a ver que tinham feito alguma coisa...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Conversas na passagem

No meio das queixas sobre a situação na Ucrânia (ter de pagar a educação, ter de pagar a saúde, ter de comprar o gás quando "temos gás nosso"... e por aí fora), uma frase:
"unos mafioses, para uma carimba num documento 60 euros!... unos mafioses...".
Eu só dizia, lá de vez em quando: "É o capitalismo, senhora, é o capitalismo!"
Ela vai começando a aceitar... que é o capitalismo. Mas só começando...